O câncer de ovário é um tipo de câncer que começa nos ovários. As mulheres têm dois ovários, um de cada lado do útero, com tamanho de uma amêndoa. Esses ovários são responsáveis por produzir óvulos, bem como os hormônios estrogênio e progesterona.
O câncer de ovário costuma passar despercebido até que tenha se espalhado dentro da pelve e abdome. Nesta última etapa, o cancro do ovário é mais difícil de tratar e é frequentemente fatal. A fase inicial é mais susceptível de ser tratada com sucesso. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 3/4 dos cânceres desse órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico.
Pouco frequente, o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. De acordo com o INCA, são registrados aproximadamente cinco mil novos casos por ano no Brasil.
O tipo de célula em que o câncer começa determina o tipo de câncer de ovário. Confira:
Raramente o câncer de ovário causará sintomas em seu estágio inicial. No entanto, em alguns casos, eles podem aparecer. Veja:
Se você tiver um ou mais destes sintomas, e isso ocorre quase diariamente por mais de duas ou três semanas, marque uma consulta médica.
Esses sintomas são comuns para algumas mulheres. Eles podem não significar que você tem câncer de ovário. Mas os primeiros sintomas de câncer de ovário seguem um padrão:
Outros sintomas que afetam algumas mulheres com câncer de ovário incluem:
Mas esses sintomas também são comuns em algumas mulheres que não têm câncer de ovário.
Diagnóstico
Ainda não existe nenhum método totalmente eficaz no diagnóstico precoce do câncer de ovário. A história do paciente, o exame físico, o ultrassom transvaginal e a medida no sangue do marcador tumoral CA-125 é o que se tem hoje em dia para tentar um diagnóstico precoce.
Quando há forte suspeita de câncer de ovário, o médico pode pedir exames adicionais como tomografia computadorizada, colonoscopia (para avaliar a parte interna do intestino grosso), ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT), além de exame de sangue para medir os níveis de CA-125, que é um marcador tumoral que pode estar aumentado no câncer de ovário (80% dos casos), mas não é específico desse tipo de câncer e pode estar elevado por outros motivos. Isso significa que, sozinho, o exame de sangue que mede os níveis de CA-125 não basta para diagnóstico da doença e, por isso, ele é mais usado durante o tratamento, para ver se a terapia está funcionando.
A confirmação do diagnóstico é feita por biópsia que, nesse caso, é a análise de tecido obtida por meio de cirurgia, videolaparoscopia ou ainda por biópsia por aspiração por agulha fina (BAAF). A escolha do método vai depender de cada caso.
Fatores de Risco
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que você vai ter câncer de ovário.
Idade: o risco de câncer de ovário aumenta com a idade e metade das pacientes tem mais de 60 anos.
Não ter filhos: quanto mais filhos você tem, menor o risco de ter esse câncer.
Histórico familiar: casos de câncer de ovário na família aumentam seu risco de ter a doença.
Síndromes familiais de câncer: portadoras de síndrome familial de mama e ovário, de câncer colorretal hereditário não poliposo (HNPCC), também chamada de síndrome de Lynch, de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 e alterações nos genes BRIP1, RAP51C ou RAD51D têm alto risco de desenvolver câncer de ovário e precisam ser acompanhadas regularmente por serviço especializado em oncogenética.
Tratamento
Se houver suspeita de tumor de ovário, a paciente deve ser submetida a uma avaliação cirúrgica. Para câncer de ovário em estágio inicial, é preciso realizar o estadiamento do tumor por meio de cirurgia e promover a remoção do útero e ovários. Em estágios avançados da doença, é possível aumentar a taxa de sobrevivência com a remoção agressiva de todos os tumores visíveis.
Exceção feita às mulheres portadoras de câncer de ovário de baixo grau em estágio inicial, as pacientes devem ser submetidas à quimioterapia após a cirurgia. Elas podem contar com vários regimes de quimioterapia disponíveis, como a combinação de cisplatina ou carboplatina com paclitaxel, que oferecem taxas de resposta clínica de até 60%, 70%.
Fonte: AC Camargo Cancer Center
EVA – Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos