O endométrio está localizado no interior do útero. É composto por células glandulares que frequentemente descamam, resultando na menstruação. A menstruação marca o período reprodutivo da mulher, iniciando na menarca e finalizando na menopausa, após o qual encontraremos o endométrio atrófico.
As mulheres têm um risco de 2,6% de desenvolverem neoplasia de endométrio durante a vida, correspondendo a cerca de 3,6% de todos os cânceres femininos.
Há 2 tipos de neoplasia de endométrio com diferença na carcinogênese, epidemiologia e fator prognóstico:
Tipo 1: carcinoma endometrial do tipo endometrióide e relacionada ao estrógeno, geralmente são neoplasias de baixo grau de malignidade, originadas de hiperplasia atípica (proliferação do endométrio). Os pacientes têm como fatores de risco: obesidade, nuliparidade (não ter tido filhos), excesso de estrógeno (hormônio feminino), hipertensão arterial, diabetes.
Tipo 2: geralmente não relacionado ao estímulo estrogênico e não originado de hiperplasia endometrial. São neoplasias de alto grau de malignidade e tipos histológicos desfavoráveis (seroso e células claras) que atingem pacientes com idade mais avançada que as pacientes com neoplasia de endométrio tipo 1.
Fatores de Risco
O principal fator de risco para o câncer de endométrio é a exposição a longo prazo ao estrogênio, produzido pelo próprio organismo ou recebido em forma de terapia hormonal. Outros fatores incluem:
Mulheres com obesidade também são mais propensas a desenvolver carcinoma endometrial. Uma explicação para esse fator é que elas apresentam elevados níveis de estrogênio endógeno, devido à produção hormonal acontecer no tecido gorduroso.
O tratamento e estadiamento (saber como está a doença) inicial é feito com cirurgia. A cirurgia consta de histerectomia total (retirada corpo e colo de útero) e salpingooforectomia bilateral (retirada dos ovários e trompas) associada à linfadenectomia (retirada dos gânglios) pélvica e retroperitoneal, e lavado peritoneal (coleta de líquido para análise de presença de células malignas).??A cirurgia pode ser feita, na maioria dos casos, por via minimamente invasiva (robótica ou laparoscopia).
É muito importante e fundamental a participação do patologista no momento operatório, pois indicará o tamanho e o grau de infiltração da neoplasia na camada muscular. Com essas informações o cirurgião poderá determinar melhor a extensão da linfadenectomia.
Após a paciente ser devidamente estadiada pela cirurgia, avalia-se a necessidade ou não de tratamento complementar, que poderá ser realizado com radioterapia e ou quimioterapia.
Fonte: EVA – Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos